quarta-feira, 7 de maio de 2008

Entrevista a Cláudio Fragata - parte 6

Em torno de Santos-Dumont

(Imagem in http://www.cabangu.com.br/)

Qual foi o motivo que o levou a escrever sobre Santos-Dumont?
O que primeiro me deslumbrou foi um livro escrito pelo próprio Dumont chamado O que eu vi, o que nós veremos. Ali ele contava algumas de suas aventuras e descobri que não sabia quase nada sobre a vida extrordinária desse brasileiro. Descobri que sua vida era muito mais do que a invenção do 14-Bis. Tinha sido uma verdadeira aventura, cheia de riscos e emoção. Como eu adoro aventuras, resolvi contar o que havia descoberto para que outras pessoas conhecessem melhor a história de Santos-Dumont.

O que representa Santos-Dumont para si?
Representa o poder da imaginação, a capacidade de inventar, qualidades que mudaram a história da humanidade. Santos-Dumont é a maior prova de que a imaginação impulsiona o homem em sua evolução. Sua resignação e capacidade de aprender com os erros também são uma lição. Ele nos mostra que devemos seguir nossos sonhos e não abandoná-los à primeira dificuldade.

Quando é que começou a interessar-se por Santos-Dumont?
Quando li o livro mencionado acima, O que eu vi, o que nós veremos. Penso que isso aconteceu em 1999.

Já esteve no local onde Santos-Dumont voou pela primeira vez com o 14-Bis?
Sim. Em Paris, em Saint-Cloud, há um monumento em homenagem a ele que fiz questão de visitar quando estive lá.

Já publicou mais obras sobre Santos-Dumont?
Livro mesmo, apenas Seis tombos e um pulinho. Mas, como jornalista, escrevi reportagens sobre ele para as revistas Galileu e Globo Ciência. Fiz também um poema chamado Alberto, que foi publicado em Recreio. As primeiras estrofes são assim:

Quem é esse homem
que voa sem asas?
Que passa de balão
por cima das casas?

Quem é esse homem
de estranho chapéu
que voa em volta
da Torre Eiffel?


Como “conheceu” o Santos-Dumont?
A primeira pista, como disse, foi O que eu vi, o que nós veremos. Depois li outro livro escrito por ele, Meus Balões. Daí fui lendo tudo o que foi escrito sobre Santos-Dumont, até me sentir seguro para contar a história a minha maneira.

Já viajou num balão de ar quente? Gostou? Se viajou teve medo? E como é? E o que sentiu?
Já e me senti vivendo a mesma emoção de Dumont. É bem diferente de um avião. É um movimento quase imperceptível, como se a gente estivesse flutuando sobre uma nuvem. Mas não recomendo a viagem para quem tem problemas com altura. A gente se sente como que solto no ar. Eu mesmo acho que não repetiria essa proeza.

Como é que Santos Dumont teve coragem de se meter dentro de um avião e voar?
Está aí uma coisa extraordinária. Eu penso que Santos-Dumont era, apesar de magrinho e baixinho, um homem muito corajoso. Ele dizia que não. Que apenas “fingia coragem e enfrentava o perigo”. Mas esse não é exatamente o princípio das pessoas corajosas?

Sabe com que idade o Santos-Dumont voou pela primeira vez?
Aos 18 anos. Voou num balão, um passeio que durou duas horas. Ele diz em seu livro que não sentiu um pingo de medo. Ao contrário, lá em cima, no meio das nuvens, teve certeza que havia nascido para voar.

Sem comentários: